Então você está pensando em prestar um concurso público, mas não tem certeza se vale a pena?
Não desanime. Saiba que antes de seguir em frente a maioria das pessoas para e reflete. Afinal, trata-se de um processo penoso, que requer uma dose enorme de sacrifício e apresenta resultados somente a longo ou, na melhor das hipóteses, médio prazo.
Além disso, prestar um concurso levanta dúvidas acerca da própria carreira, das atividades profissionais e do rumo que a sua vida vai tomar depois que você trocar a atividade privada pelo serviço público.
Assim, encarar o desafio requer reflexão. Estudar ou não estudar? Prestar ou não prestar? Trocar de carreira ou não?
No entanto, para decidir é preciso que você já esteja pronto para iniciar a longa jornada rumo à preparação. Caso contrário, você vai apenas concordar que vale a pena se preparar, sem tomar a iniciativa de fazê-lo, deixando um enorme vazio à sua frente.
Para ajudar você a não cair nessa armadilha, levantamos os pontos que, de maneira geral, devem ser abordados antes de uma decisão tão importante.
Vamos a eles?
1 – Decida o que você quer
Em que momento da sua vida você se encontra? Você está satisfeito com a sua carreira? Se trabalha em uma empresa, acha que ela valoriza você como profissional e lhe oferece perspectivas de crescimento e estabilidade? Ou, se você é profissional liberal, acha que a profissão lhe dá a satisfação e a tranquilidade financeira tão almejadas?
Essas são perguntas que você deve se fazer antes de se aventurar em um concurso público. Se a resposta para elas ou para a maioria delas for negativa, é bem provável que a carreira pública seja uma alternativa para você.
Talvez você já tenha observado, mas é importante ter em mente as diferenças básicas entre o serviço público e o privado.
A atividade privada normalmente é mais desgastante, não traz estabilidade e costuma expor a pessoa a um nível de estresse que nem sempre ela está preparada para suportar. As cobranças e as metas dentro de uma empresa, por exemplo, tiram o sono de muita gente.
Em compensação, ela tem atrativos que empolgam os profissionais, principalmente no início da carreira, como a possibilidade de crescer, trabalhar no exterior, ganhar muito dinheiro, entre outras.
O setor público é diferente. O plano de carreira é mais definido, as estruturas são engessadas e, a menos que você escolha a carreira diplomática, as possibilidades de trabalhar fora do Brasil são praticamente nulas.
Em compensação, você conta com estabilidade, uma remuneração decente e um nível de estresse muito menor que no setor privado.
As opções são essas, basicamente. Diante delas, pare, reflita e decida o que você quer para a sua vida.
2 – Saiba o que você está buscando
Sem dúvida, a maioria das pessoas se encanta com o cargo público pelos motivos que nós abordamos no item anterior, ou seja, porque ele oferece estabilidade, boa remuneração e, de modo geral, tem metas menos sufocantes do que aquelas da iniciativa privada. No entanto, cada cargo público tem características próprias, sendo que muitas delas podem impedir a sua satisfação profissional.
O segredo aqui é levar em conta seus gostos, suas habilidades. Se você é uma pessoa ativa, não tem cabimento escolher uma carreira que o obrigue a ficar fechado o tempo todo numa sala. Se não gosta de situações de confronto, pense até que ponto você se daria bem como auditor fiscal, por exemplo.
Outros fatores devem ser levados em conta. Um salário modesto numa região de custo de vida baixo não afeta muito o poder aquisitivo, mas pode ser um fator complicador num lugar onde o custo de vida aumenta.
Em concursos federais ou mesmo estaduais, a possiblidade de trabalhar longe da própria cidade nos primeiros anos é muito grande. Isso pode implicar, também, ficar longe da família, obrigando-o a viajar com mais frequência do que você gostaria.
Saber mais sobre tudo isso vai ajudar você a se decidir.
Além disso, qual é a sua área de atuação profissional? Administrativa, jurídica, policial, fiscal? E qual a área geográfica? Municipal, estadual, federal?
Pense e decida. Então aja.
3 – Concurso “degrau” ou concurso dos sonhos?
Depois de colocar todas as alternativas na balança e decidir prestar um concurso, você poderá perguntar o que vale mais a pena: se preparar para o concurso dos sonhos, mesmo que isso leve muito mais tempo, ou prestar um concurso “degrau”.
Para quem não sabe, um concurso “degrau” é aquele cargo público mais fácil de ser conquistado, cuja prova exige menos horas de estudo para aprovação, mas que tem menos atrativos, uma remuneração menor e, mais importante, não é aquilo que você realmente quer.
Se você tem reserva financeira para concorrer ao concurso dos sonhos, não vacile: vá em frente. Apenas faça a opção por um concurso degrau se você tem pressa de passar.
Saiba, porém, que, depois que começar a trabalhar, suas horas de estudo cairão drasticamente. A vontade de passar em outro concurso, também. É que quando você está com dinheiro curto a motivação é muito maior. Depois você se acomoda, a menos que a força de vontade seja realmente firme.
Pense nisso. Ou melhor, pense em tudo isso.
4 – Trace suas metas
Tenha metas. O seu objetivo principal é passar no concurso público. É o seu norte, a vitória a ser conquistada.
A partir daí, trace metas menores. Por exemplo, ler 50 páginas por dia. Ou fazer 50 testes por dia. Mas respeite as metas traçadas. Prepare um grupo de disciplinas que você precisa dominar. Analise as provas anteriores.
Pretendemos abordar todos esses pontos em outro artigo, mais para a frente, mas por ora guarde este conselho.
5 – Não espere ficar pronto em pouco tempo – o aprendizado precisa amadurecer
Tenha em mente que você está criando um projeto, um projeto de vida. Não é algo para ser conquistado a curto prazo, mas um caminho longo e árduo. Sim, é difícil mesmo, não alimente ilusões quanto a isso.
Saiba que aprender é um exercício constante. A boa notícia é que quanto mais você avança mais fácil fica aprender o que falta. As primeiras barreiras, normalmente, são as mais difíceis. Uma vez vencidas, você avança mais livre e com menos esforço.
Ache o lugar ideal para estudar. Se não for possível em casa, vá para uma biblioteca.
Comece devagar e vá escalando aos poucos. Estude duas horas por dia na primeira semana. Quatro na segunda. Seis na terceira. Oito a partir da quarta semana.
Seja constante. Crie blocos de 50 minutos com intervalo de dez minutos. A partir da segunda semana vá aumentando também a duração dos blocos, mas saiba que duas horas é o ideal para cada matéria. Mais do que isso fica contraproducente: a mente se cansa e começa a absorver cada vez menos.
Comece com as matérias básicas. Direito constitucional, direito administrativo, português e matemática caem na grande maioria dos concursos.
Fixe um prazo para esgotar cada matéria. O fato de não haver concurso público aberto não deve ser motivo para você relaxar. Muito pelo contrário.
Não desanime. Muitas vezes a gente acredita que é um inimigo externo que está nos prejudicando, quando na verdade é o nosso próprio cérebro. O ânimo tem que vir de dentro.
6 – Comece a fazer os exercícios imediatamente
Os exercícios são parte fundamental do seu aprendizado, assim como a fixação dos assuntos (por meio de aulas, leituras ou as duas coisas) e os resumos. Se você não exercitar o aprendizado, este se perderá facilmente.
Comece a fazer os testes já no primeiro dia de estudo. Há inúmeros locais na internet onde você pode obter esse material, de graça ou com planos pagos bem acessíveis.
Porém, uma dica é fundamental: teste aquilo que você estudou, não o que você não estudou. Assim, não vá se aventurar em fazer um simulado após uma semana de estudo. A frustração vai ser enorme, e os resultados, infrutíferos. Procure por exercícios que tenham a ver com o que você acabou de estudar. Pesquise por tema e por tópicos na internet e, então, faça os testes.
7 – Não comprometa as outras áreas da sua vida
Apesar de ser um grande sacrifício, a preparação para o concurso não deve chegar ao ponto de estragar a sua vida. Caso isso ocorra, seus esforços terão sido em vão.
O processo de estudo deve ocupar, basicamente, o mesmo período de tempo e o mesmo volume de esforço que se dedica a um trabalho profissional – na verdade, um pouco maior, pois pode avançar nos sábados e feriados, dependendo do seu planejamento.
De qualquer forma, você não deve perder de vista as outras áreas da sua vida. Se você tem família, deverá continuar a dar a atenção que ela merece. O mesmo vale para os seus relacionamentos. Você também terá que observar a sua saúde física e mental, o que significa cuidar adequadamente da alimentação, das horas de sono e da reposição de energia vital. Deverá se conceder um tempo, seja diário ou semanal, para exercícios, caminhadas e algum lazer.
Se não fizer assim, o concurso não se sustenta. Você vai ficar cada vez mais desanimado e estressado, vai comprometer seus relacionamentos e não vai ganhar nada em troca, pelo contrário: após algum tempo você vai constatar que o seu rendimento está caindo.
8 – Não caia na armadilha do desânimo
Em muitos momentos você vai questionar sua capacidade. Capacidade de aprender, de se concentrar, de ser bem-sucedido. Capacidade de ser aprovado, enfim. E não é apenas no começo, mas em todas as fases do processo. Você vai ter que lutar contra isso, buscando ânimo e perseverança todos os dias.
Duas coisas podem ser ditas para amenizar esse sentimento e virar o jogo a seu favor.
A primeira é que, quanto mais você estuda, mais perto você está da sua meta, do seu objetivo. Um dia de estudo bem aproveitado é a possibilidade segura de responder mais questões de prova, de ganhar mais pontos no grande teste.
A segunda é que você está se preparando para vencer. Você parou, pensou e decidiu que prestar um concurso e conquistar o seu lugar num cargo público é a sua grande meta, o seu desejo de mudar de vida, em todos os sentidos. É essa clareza que deve estar presente em sua mente. Todos os dias. Todas as horas.
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Estude bastante, não desanime jamais.
Um grande abraço.
Até breve.
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